OUR LIVES, 13 YEARS LATE… Aquiles Priester & Gustavo Carmo
Postado em 18/10/2014


Em 2001, baterista Aquiles Priester e o guitarrista Gustavo Carmo se conheceram. Na época, Aquiles era baterista do Hangar, enquanto Gustavo trabalhava com sua banda Versover, que lançara até então um disco, “Love, Hate & Everything In Between”. Os dois começaram a pensar num disco instrumental, mas Aquiles foi chamado para assumir a bateria do Angra e a ideia acabou engavetada.

Muita coisa aconteceu nas carreiras dos dois nesses treze anos. Aquiles ficou sete anos no Angra, tornou-se um dos bateristas mais respeitados do planeta e hoje acompanha nomes como Tony MacAlpine e Vinnie Moore, além de ser baterista do Primal Fear, continua mantendo o Hangar na ativa, e também faz parte do Noturnall.

Gustavo também não deixou por menos. Manteve o Versover por mais alguns anos e em paralelo iniciou até uma carreira como violonista clássico, chegando a se apresentar tanto no Brasil como na Europa. Em 2008 mudou-se para Seattle (EUA), onde passou a fazer parte do grupo The New Futures, que lançou o disco “Radioactive” em 2013.

Numa de suas vindas ao Brasil, Gustavo reencontrou Aquiles e ambos chegaram a fazer um show juntos com o Versover e chegaram e tocar juntos no House Of Bones, banda que Gustavo montou mais recentemente.

Essa reaproximação fez com que a antiga ideia ressurgisse e agora, passados treze anos do primeiro encontro de ambos, eis que surge o fruto dessa parceria: “Our Lives, 13 Years Later”. E, como o nome já diz, são treze anos das vidas de ambos que estão ali, mostrando tudo que ambos cresceram e amadureceram como músicos e como profissionais.

Essa experiência possibilitou que a gravação das oito músicas (há ainda duas faixas bônus) escritas pela dupla passassem por situações bem pouco ortodoxas. Por exemplo: os dois jamais se encontraram no estúdio durante as gravações. A tecnologia que maravilhosamente aproxima as pessoas possibilitou que tudo fosse feito à distância, com Aquiles gravando no Mr. Som (assessorado pelos magos Marcello Pompeu e Heros Trench) e no FX Studios (com Tiago Lorena Dutra), ambos em São Paulo, enquanto Gustavo registrou suas partes em Seattle, no estúdio AK-47 e no Orbit Studios (com Sammy J. Riddle). No fim, Adair Daufembach, que já havia trabalhado com o Hangar no disco “Infallible”, mixou tudo.

Menos ortodoxa ainda foi a forma com o repertório foi concebido. Ao contrário do que sempre acontece, todas as músicas tiveram início com a parte rítmica. Funcionou assim: Aquiles criava uma linha de bateria, já imaginando uma estrutura para o tema. Gustavo apresentava sugestões e aquela linha era definida. Em cima disso, o guitarrista criava as harmonias que completavam a música. Quer mais? Pois tem. As músicas foram feitas em andamento crescente, ou seja, a primeira tem 130 bpm, a segunda, 140 bpm, até chegarmos no oitavo tema e seus impressionantes 200 bpm. E quem prestar atenção na ficha técnica vai notar que isso está bem explicado lá…

Para auxiliar na gravação, a dupla chamou o baixista Bruno Ladislau, os tecladistas Juninho Carelli e Francis Botene, e um verdadeiro timaço de convidados, como Tony MacAlpine (guitarra e teclados), Vinnie Moore (guitarra), Greg Howe (guitarra), Kevin Moore (teclados), Nili Brosh (guitarra) e Seda Baykara (violino).

Calcado principalmente no rock progressivo, mas flertando com inúmeros outros estilos, “Our Lives, 13 Years Later” teve como objetivo em sua concepção “não apenas criar boas músicas para um disco instrumental, mas uma experiência que pudesse ser repetida várias vezes. E claro, tentar ir além do que havíamos feito até então.” Aquiles, por sua vez, garante o que álbum ficou “muito progressivo e espontâneo por causa da forma como foi produzido e acho que vai ser um grande choque quando as pessoas ouvirem.”

Antonio Carlos Monteiro

Ouça alguns trechos do disco: http://youtu.be/gDOt7nulmt4

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